Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender.

Caio Fernando Abreu

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Meus erros, meu bem... Meus erros.

Ultimamente eu tenho sentido uma enorme necessidade de amar.
Talvez eu tenha sentido há muito tempo;
Talvez eu fosse orgulhoso demais para admitir;
Talvez eu tivesse medo de me enfraquecer para me tornar tão forte;
Talvez eu amasse tanto a minha fraqueza que criei uma ilusão capaz de me prender na solidão;
Talvez eu fosse apenas um solitário egoísta...
Daqueles que não divide a solidão, mesmo existindo tantos solitários por aí.
Ah, é difícil delinear os erros quando se trata de um errante como eu!
Talvez, meu bem, se tratando de amor, eu precise aprender a ser imperfeccionista.

Ao Pó Voltarás

Sua ausência me dói
Quando te quero presente.
Sua agressão me corrói
Quando me sinto carente.

Você não me olha com amor,
Meu coração está na calçada.
Seu sorriso é remédio para dor,
Busquei afeto na pessoa errada.

Mas não te culpo por nada.
Se eu sofro, a autoria é minha.
Me aprofundei numa pessoa rasa,
Minh’alma nunca esteve tão sozinha.

Ainda que eu goste da solidão,
É estranho me sentir sem nó.
O lado bom da vida me fortifica.
E o que não fica, volta ao pó.