Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender.

Caio Fernando Abreu

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Além do que se vê

Muito ainda está encoberto
Há razões que não se encaixam
O que se quer esquecer, não se esquece
O que se esquece, permanece
Em algum lugar a vida faz sentido
Aqui não. Não nesse mundo
Quem consegue enxergar o invisível?
Eu tento acreditar, fantasiar
Não existe revolução
Apenas degradação
Nascemos em direção à morte
O que incomoda é não saber
Se a morte é realmente o fim
Ou se o fim é um novo começo.

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