Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender.

Caio Fernando Abreu

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Desregra

Eu tenho o costume de esconder sentimento. Sentimento não é algo compreendido hoje em dia; talvez até sempre em dia. Então eu escondo, reprimo, finjo que ele não está ali. E olha, me considero um belo mentiroso sentimental. Talvez esse medo da fraqueza acabe me tornando realmente fraco. E aí eu me vejo como um balão: eu encho, encho, encho, até estourar. Estourar em alguém. Estourar por alguém. Mas, sejamos honestos, quem quer uma pessoa emocionalmente desregrada, explodindo amor em cima dela? Isso é constrangedor.

Um comentário:

  1. Vc estampa almas em palavras. Suas palavras... sempre descrevem alguma fase de vida, de alguma forma sempre há um paragrafo, uma vírgula ou até mesmo um ponto final. Que sempre contará a história de alguém.

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